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sábado, 25 de junho de 2011

DROGAS: TEM QUE TER FIM!

Em cinco anos, aumento de quase 70% no número de internações por dependência química no Hospital Espírita de Pelotas (HEP). Faltam leitos em hospitais gerais. Nas comunidades terapêuticas não há espaço para as mulheres. A cada dez ocorrências da Brigada Militar, sete estão ligadas às drogas. No presídio, a confirmação de uma mãe: "Meu filho trocou o crack pelo oxi, uma droga muito mais potente". Neste domingo (26) o dia tem título Internacional de Combate às Drogas. Em Pelotas não há programação prevista para lembrar a data. 
Desde 1987 existe um dia específico no ano para tratar do tema. Escolha da Organização das Nações Unidas (ONU), que a partir daí passou a encabeçar conferências sobre o assunto. Um salto para o vício deixar de ser visto como uma doença da alma e começar a ser encarado como um distúrbio cerebral. Especialistas explicam que a dependência decorre de um desequilíbrio químico e altera os circuitos de recompensa e prazer, tomada de decisões, controle inibitório e aprendizado. Daí a explicação para a luta que costuma ser marcada por recaídas e fracassos.
Em Pelotas, existem quatro comunidades terapêuticas, além de um número expressivo de grupos de apoio aos dependentes e familiares. Por outro lado, faltam leitos para dependentes químicos em hospitais gerais, não existe um Caps 3 - que tem estrutura para internação e tratamento da reincidência - há déficit de profissionais capacitados e de um pronto-socorro psiquiátrico. Falhas no processo de tratamento que acumula pacientes.
Uma ponta de esperança
Dos projetos mais otimistas, iniciativa da Casa do Amor Exigente (Caex), que planeja a implantação da primeira comunidade terapêutica específica ao tratamento das mulheres dependentes químicas. A ideia é do mesmo grupo de voluntários que participou da fundação da Caex masculina. Eles estão em busca de ajuda financeira, já andam às voltas com um prédio que possa servir de sede para a comunidade e realizam visitas em casas de tratamento que já existem na tentativa de encontrar pessoas experientes na recuperação das mulheres viciadas em drogas. 
Além disso, existe uma subcomissão da Assembleia Legislativa, que está percorrendo as principais cidades do Estado para formar um diagnóstico das necessidades para o tratamento adequado. A ideia é que o conjunto de dados obtidos a partir dessa subcomissão se transforme em um documento oficial da Assembleia, em que os deputados possam se basear para votar projetos e elaborar emendas que beneficiem o tratamento de dependentes. Além disso, cópias do estudo serão encaminhadas para hospitais, prefeituras e também ao governo do Estado.
Onde procurar ajuda:
- Grupo de Apoio da Caex
Onde: rua Padre Anchieta, 3.553-A.
Quando: todas as terças-feiras, das 20h às 22h. As reuniões específicas para as mulheres são realizadas todas as sextas-feiras, também das 20h às 22h.

- Reconstruindo Caminhos

Onde: rua Senador Mendonça, 160.
Quando: todas as quintas-feiras, às 20h.

- Grupo Nar-Anon - Para pais, familiares e amigos de dependentes químicos.
Onde: rua Marechal Deodoro, 455 (ao lado da Igreja Metodista)
Quando: todas as sextas-feiras, às 19h30min.

- Alcoólicos Anônimos - Grupo 20 de Outubro.

Onde: rua Gonçalves Chaves, 3.229.
Quando: diariamente às 20h.

- Narcóticos Anônimos - Grupo Mente Aberta de N.A.
Onde: rua Marechal Deodoro, 455 (ao lado da Igreja Metodista)
Quando: quartas-feiras e sábados, às 19h30min. 

- Narcóticos Anônimos - Grupo Força de N.A.
Onde: rua Voluntários da Pátria, 1.515.
Quando: todas as segundas-feiras, às 19h30min.

* Matéria veiculada no Diário Popular

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